A Câmara Municipal de Mesão Frio levou a cabo, pela primeira vez em 36 anos, nos passados dias 24 e 25 de Abril, as Comemorações do 25 de Abril. A preocupação da Autarquia foi inculcar nos mais novos, principalmente na Comunidade Educativa, o espírito de Abril e a conquista da Liberdade.
A Câmara Municipal de Mesão Frio levou a cabo, pela primeira vez em 36 anos, nos passados dias 24 e 25 de Abril, as Comemorações do 25 de Abril. A preocupação da Autarquia foi inculcar nos mais novos, principalmente na Comunidade Educativa, o espírito de Abril e a conquista da Liberdade.
As comemorações iniciaram-se na noite de 24 de Abril, com a abertura da Exposição “Abril em Mesão Frio”, em colaboração com o Agrupamento de Escolas de Mesão Frio, com a Santa Casa da Misericórdia e Projecto “Mesão Frio Integra”. Depois seguiu-se, no Auditório Municipal, um espectáculo musical, onde foram declamados “Poemas de Abril”, preparados pelo Agrupamento de Escolas de Mesão Frio e um Concerto de Abril preparado pelo professor de música, António Correia.
Na manhã de 25 de Abril, mais protocolar, decorreu a Guarda de Honra dos Bombeiros Voluntário de Mesão Frio e ouviu-se «A Portuguesa», enquanto a Bandeira Nacional era hasteada nos Paços do Concelho. De seguida, convidados e população dirigiram-se ao Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde os partidos com assento na Assembleia Municipal de Mesão Frio e o Presidente da Câmara Municipal discursaram. Alberto Pereira, Presidente da Câmara Municipal, salientou a importância da Liberdade para a democracia portuguesa e congratulou-se com a envolvência das gerações vindouras do Concelho, na organização das actividades, que decorreram no âmbito destas comemorações. “É importante envolver os mesaofrienses, fazendo com que os nossos cidadãos, sobretudo os mais jovens se apercebam porque razão se consagra este dia à Liberdade”. Falando da Revolução dos Cravos, Alberto Pereira exaltou a grande conquista de 1974: a Democracia e um país pluralista. Para o autarca “a democracia reforça-se quando os cidadãos participam, quando os governantes decidem, quando os autarcas realizam, quando o poder é exercido com a convicção e sem arrogância, quando as convergências procuram com vontade e com seriedade, quando as divergências são assumidas com respeito, elevação e sentido de responsabilidade”. Terminou projectando a Revolução do Cravos no presente e no futuro de Portugal, destacando que a sociedade só funciona democraticamente, colocando todos “em pé de igualdade”. Finalizados os discursos, a Professora Isabel Marcolino, declamou o poema “As portas que Abril abriu”, de Ary dos Santos, poema que retrata de forma intemporal o Portugal do Estado Novo e o Portugal de hoje, “um país onde o pão era contado, onde quem tinha a raiz tinha o fruto arrecadado, onde quem tinha o dinheiro tinha o operário algemado, onde suava o ceifeiro que dormia com o gado, onde tossia o mineiro em Aljustrel ajustado, onde morria primeiro quem nascia desgraçado”.
O Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, relembrou aos presentes a figura de Arlindo Dias Ferreira, mesãofriense e Capitão de Abril, militar que desempenhou um papel importante no pós-revolução até ao 25 de Novembro de 1975. De forma simbólica, foram lançados cerca de 1000 balões com a inscrição “Mesão Frio, Terra de Liberdade”, encerrando assim as cerimónias protocolares da Comemoração do 25 de Abril em Mesão Frio.
A tarde ficou marcada pelo concerto do grupo “Rama de Oliveira”, da Associação Cultural Recreativa e Desportiva da Cumieira, perante um auditório cheio.
Depois de uma fugaz comemoração em 1995, esta foi a segunda vez que, em Mesão Frio, se comemorou a Revolução dos Cravos de 1974. De cravo em punho ou na lapela, foram inúmeros os mesãofrienses que se associaram e participaram nestas Comemorações do 25 de Abril.