Mesão Frio recorda e homenageia a memória de uma das personalidades incontornáveis da história de Mesão Frio e de Portugal: o Conselheiro José Maria Alpoim. Nascido a 2 de junho de 1858, na extinta Freguesia de Santa Cristina, concelho de Mesão Frio, destacou-se como político progressista e mais tarde, republicano, na última fase da monarquia constitucional. Desempenhou as funções de Ministro da Justiça, tendo assumido um papel relevante durante a 1.ª fase da República Portuguesa. Foi Deputado às Cortes, Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima e Par do Reino.
Com apenas 20 anos, formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Exerceu as funções de administrador dos concelhos de Mesão Frio e de Lamego, tendo sido o mais jovem administrador de concelho de que há memória.
Foi uma das figuras mais controversas e importantes do Partido Progressista. Enquanto Ministro da Justiça desenvolveu uma notável política reformista.
A 19 de dezembro de 1904 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.
Após a sua saída do Governo, acompanhado por importantes figuras da monarquia, constituiu uma nova fação política denominada Dissidência Progressista, a qual sob a sua direção derivou para o campo republicano. Quando se implantou a República, José Maria Alpoim aderiu ao novo regime, passando de Procurador-Geral da Coroa a Adjunto do Procurador-Geral da República.
Na sequência do golpe falhado de 28 de Janeiro de 1908, do Regicídio e depois de se ter refugiado em casa do político regenerador António Teixeira de Sousa, exilou-se em Salamanca. Regressou a Portugal, graças à amnistia concedida pelo Governo presidido pelo almirante Francisco Ferreira do Amaral.
Foi considerado um ‘revolucionário profissional’, tendo-lhe sido atribuído o dito: "eu quero e desejo o poder pelo poder; nada mais". Terminou a vida ativa como delegado do Governo.
Foi orador fluente e um dos mais brilhantes jornalistas do seu tempo, no jornal «O Primeiro de Janeiro», foi um dos fundadores do «Correio Português», dirigiu «O Dia» e colaborou assiduamente nos jornais «Correio da Noite», «Novidades», «O Repórter» entre outros.
Casou e teve dois filhos, ambos notáveis oficiais de Marinha que faleceram solteiros e sem geração.
Faleceu em Lisboa, em 1916, tendo sido, até aos seus últimos momentos, um vigoroso adversário da participação de Portugal na Grande Guerra.
No jardim público da vila de Mesão Frio, na Avenida Conselheiro José Maria Alpoim, encontra-se uma estátua com o seu busto, erigida em 1923.
Fique a conhecer mais sobre o percurso de vida de José Maria Alpoim, no acervo da Biblioteca Municipal de Mesão Frio, através de várias obras, nomeadamente, da Monografia do Concelho de Mesão Frio e da publicação editada pela Assembleia da República, «Varões Assinalados».