Em Mesão Frio, o programa comemorativo do 25 de abril foi assinalado com iniciativas ao longo de três dias, tendo culminado com a sessão evocativa oficial. Os valores e os ideais de Abril foram sublinhados na presença das forças políticas do Concelho, de representantes das entidades locais, instituições civis e militares e população em geral.
Na sessão solene evocativa da Revolução dos Cravos, que decorreu no Auditório Municipal, o Presidente da Câmara Municipal, após fazer uma referência ao valor da memória e à preservação dos valores da revolução, lembrou que o seu trabalho é fundado no espírito de Abril: “O Executivo de Mesão Frio vive centrado nas pessoas. Atua para que os mais frágeis se sintam protegidos e acautelados, para que os mais jovens se sintam encorajados e motivados a estudar e a contribuir, para que os mais ativos encontrem melhores soluções para as suas ideias e projetos e para que todos possamos ajudar Mesão Frio a ser mais coeso socialmente, mais dinâmico na cultura e lazer, mais estruturado do ponto de vista económico e um melhor sítio para se viver e visitar”, afirmou.
O Presidente da Assembleia Municipal, Carlos Pombo Silva, frisou as virtudes do voto livre e esclarecido e sublinhou que: “Todos estamos à altura, para contribuir, na mesma medida, para o bem coletivo, sem que isso represente uma diminuição da liberdade individual. Costumo dizer que só somos verdadeiramente livres quando temos a liberdade de autolimitar a nossa própria liberdade. Porém, essa autolimitação tem de resultar das nossas próprias escolhas, determinadas, por sua vez, pela liberdade de opção por aquilo que entendemos ser mais valioso para nós, para os nossos filhos e para a sociedade em geral.”
Maximiano Correia, representante do PPD/PSD – CDS, referiu que “aquilo que devemos querer que fique para as gerações futuras é que o 25 de abril seja celebrado como a capacidade do povo português restituir a si próprio a liberdade que lhe havia sido retirada. Deveremos ser capazes de sensibilizar para o valor dos sonhos, para o preço da liberdade, para imprescindibilidade da luta e para a importância da solidariedade, sobretudo, para o carácter cíclico da história que nos pode levar a erros do passado”, referiu, alertando para a importância de educar as novas gerações.
O representante do Movimento Mais Mesão Frio, Carlos Miranda, destacou que “a liberdade tem múltiplas facetas, designadamente a liberdade de ação, de pensamento e de expressão, devendo ser entendida como condição indispensável para a vida em sociedade.”
O representante do Partido Socialista, Pedro Poças declarou que “a liberdade e a democracia são obras inacabadas, nunca imunes a riscos e ameaças” e que “cabe a cada um de nós lutar contra o populismo, contra as desigualdades, a corrupção, o ódio e o medo. Cabe a cada um de nós defender a liberdade e a democracia”.
António Fontainhas Fernandes, ex-reitor da UTAD, apresentou a palestra intitulada «25 Abril: o que mudou no Douro»: “Importa interpretar a história, ler o presente, mas acima de tudo, ter a visão de antecipar o futuro (…) Hoje, passados quase cinco décadas, temos o Douro com melhor saúde, mais educação, mais proteção social, mais equipamentos sociais e menos pobreza.”
Para honrar a data, foi também exibido um vídeo elaborado pelo Gabinete de Comunicação e Imagem da Câmara Municipal, com testemunhos de ex-combatentes de Mesão Frio que estiveram na Guerra Colonial, evento terrível e traumático a que 25 de abril pôs fim.
Artur Caldeira, guitarrista multipremiado e que já acompanhou muitos dos principais nomes nacionais da área do Fado, proporcionou dois notáveis momentos musicais, com a interpretação do tema «Verdes Anos» de Carlos Paredes e um medley de três canções emblemáticas: «Festa da Vida», de José Niza, José Calvário e Carlos Mendes; «Tourada», de José Carlos Ary dos Santos e Fernando Tordo e a canção que serviu de senha ao início da revolução, «E Depois do Adeus», de José Niza, José Calvário e Paulo de Carvalho.
No dia feriado nacional, foi hasteada a bandeira ao som d’A Portuguesa, no edifício dos Paços do Concelho, com guarda de honra da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mesão Frio, ao qual se seguiu a romagem ao monumento de homenagem aos ex-combatentes da Guerra Colonial, para a deposição de uma coroa de flores. A cerimónia terminou no edifício da Junta de Freguesia de Santo André, onde foi servido um Porto de Honra, com um brinde à Liberdade, que se quer responsável e participativa.