A Ministra da Coesão Territorial esteve de novo em Mesão Frio. Ana Abrunhosa marcou presença no Seminário «Desenvolvimento Sustentável e o Futuro dos Espaços Rurais», dinamizado pelo Município em parceria com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto. No Auditório Municipal foram discutidos vários temas acerca do desenvolvimento harmonioso e sustentável dos espaços rurais e do interior português.
A manhã ficou marcada pelos discursos da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa e do Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva que, na sua intervenção, agradeceu à Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), por convidar o Município a ser parceiro da iniciativa e pela escolha do mesmo para anfitrião do Seminário.
Para Paulo Silva, Mesão Frio distingue-se por ser um estereótipo do que é o interior português: “poucos recursos, população envelhecida, graves carências sociais e gritante incapacidade em fazer com que o Estado invista no território. Há bem mais de uma década que o Estado não investe um cêntimo em Mesão Frio”, lamentou, defendendo que “é uma sensação geral da população, que torna muito difícil à Câmara Municipal a missão de fixar pessoas, quase impossível fazer regressar ao concelho populações que tiveram que abandonar Mesão Frio por questões académicas ou laborais e praticamente um sonho irrealizável atrair pessoas.”
O presidente da Câmara Municipal declarou ainda que “o desinvestimento constante do Estado junto das populações do interior faz com que haja a perceção generalizada que há sempre muita conversa e muito pouca ação. O nosso Concelho e o meu Executivo quer estar no centro da discussão do que é o Interior e perceber como se resolvem os reais problemas do Interior Português. É com estas iniciativas que Mesão Frio quer contribuir de facto para a resolução de problemas estruturais do país”, revelou, referindo-se ao Seminário.
O presidente lamentou, de igual forma, que “os fundos comunitários sejam distribuídos pelos grandes centros, excluindo territórios como Mesão Frio: “Urge debloquear o IC26, que resolvia o problema de ligação entre Mesão Frio e Amarante. O nosso hospital de referência está a uma hora do concelho e a nossa rede de transporte é fraca.”
Por seu turno, a Ministra da Coesão Territorial enalteceu o seminário: “tive a oportunidade de ver as várias temáticas, os oradores e este seminário não só foi oportuno, como tenho a certeza que é de excelente qualidade”, disse, pedindo que lhe façam chegar as conclusões do mesmo.
A governante partilhou aquilo que é a visão do seu Ministério e o trabalho que tem procurado realizar. A Ministra falou sobre o “enorme potencial de desenvolvimento” dos territórios do Interior e defendeu que “quem vem para a aldeia quer ter os serviços da cidade, o que traz aos territórios do Interior outros desafios”, disse, aludindo que se deve olhar para o território a partir do mesmo.
Ana Abrunhosa aproveitou o momento para revelar que os programas regionais desenvolvidos pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) aplicados vão permitir celebrar contratos de desenvolvimento e coesão territorial com as Comunidades Intermunicipais, trabalhando de forma integrada: “temos que pensar o território à escala do problema”, declarou, lembrando a importância das Comunidades Intermunicipais (CIM), na decisão e na responsabilidade que, segundo a Ministra “tem de ser participada.”
Na sessão de abertura, constituíram a mesa de honra, o presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva, o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal CIM Douro, Luís Machado, Helena Pina, responsável científica do Seminário e Elsa Pacheco, representante da Direção da FLUP, que usaram da palavra.
Neste importante fórum de discussão estiveram em cima da mesa temas decisivos para o Município e para todo o interior português. Entre os palestrantes estiveram oradores das mais importantes universidades do país.
O momento que antecedeu o primeiro painel de discussão contou com a assinatura de um Protocolo de colaboração entre Município de Mesão Frio e o Turismo de Portugal, representado pelo Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo de Lamego, Luís Duarte, que visa a capacitação dos colaboradores do setor do turismo, empresários, gestores, quadros intermédios e operacionais, uma aposta como alavanca para o desenvolvimento do Concelho.
Os painéis de discussão foram dedicados ao ‘Desenvolvimento Sustentável e Inovação em Espaço Rural’; ‘Cultura e Sociedade em Espaços Rurais’; ‘Solo, Floresta e Incêndios’; e ‘Futuro do Espaço Rural Português’.
Neste fórum de discussão para o Concelho e para a região, estiveram oradores das mais prestigiadas academias do país (Universidade do Porto, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Évora e Universidade do Algarve) e de várias outras entidades nacionais de relevo nas áreas do Turismo, Empreendedorismo, Vitivinicultura, Ambiente e outras de interesse para o Concelho e para a Região.