A Biblioteca Municipal foi ontem palco da iniciativa “Douro: Caminhos do Conhecimento”, um evento realizado no âmbito da celebração do aniversário da elevação do Douro Vinhateiro a Património da Humanidade, da UNESCO.
A CCDR-Norte, em parceria com o Município de Mesão Frio, organizou esta cerimónia, que iniciando com uma mesa-redonda, colocou em discussão a região, perspetivou os desafios e as dificuldades que tem para enfrentar e apresentou o que de melhor por aqui se faz e o que ainda se pode fazer.
Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, deu o arranque da sessão destacando “a relevância de Mesão Frio ser palco deste tipo de iniciativas que naturalmente se deverão replicar noutros concelhos do Douro”.
A vereadora Justina Teixeira foi uma das intervenientes na mesa-redonda, que juntou representantes da Direção Regional da Cultura do Norte, da Liga dos Amigos do Douro e de várias associações da Região Demarcada. A produtora mesão-friense refletiu sobre a importância de “captar os jovens casais para a região. Temos de incentivar e aproximar os nossos jovens da Região e demonstrar que a agricultura é um setor nobre e fundamental. Precisamos dele para sobreviver”, afirmou.
Fontaínhas Fernandes, presidente da Liga dos Amigos do Douro e ex-reitor da UTAD, ditou as conclusões retiradas desta conversa, referindo que “é necessário ganhar escala. O Douro tem muitas assimetrias, cada vez menos gente e com cada vez mais idade", sublinhou, reforçando a mensagem de que o lado social do Douro é importante.
Célia Ramos, vice-presidente da CCDR-Norte, considerou que é necessário fazer frente aos desafios, na procura da integridade e autenticidade no Douro.
Após 20 anos de Património Mundial da Humanidade, Célia Ramos acredita que a chancela “tem sido relevante para o desenvolvimento do Douro, gerador de conhecimento e progresso económico". Quanto ao futuro, acredita que “é neste rumo de partilha de perspetiva e saberes que asseguramos coletivamente a valorização e promoção desta paisagem".
Após a conversa que colocou o Douro “em cima da mesa” e que contou com várias intervenções de extrema relevância, seguiu-se a entrega de prémios da 1.º edição do “Prémio Vinha Douro”, um galardão que pretende promover e distinguir as boas práticas nas intervenções das Vinhas do Douro.
A exposição "Celebrar o Douro - 20 escritores | 20 anos do Douro Património da Humanidade" foi também inaugurada na sala de leitura da Biblioteca Municipal de Mesão Frio.
O pintor Emerenciano esteve presente na inauguração da exposição que propõe vinte retratos de escritores nascidos ou ligados ao Douro, onde revela a relação da sua pintura com uma presença visual da escrita.
Esta mostra nasceu de uma iniciativa conjunta do Museu do Douro, da Associação dos Amigos do Museu do Douro, da Tertúlia João de Araújo Correia e de várias autarquias durienses onde se inclui a de Mesão Frio, e que se propõe a dar uma panorâmica literária da realidade duriense.
A cerimónia culminou com a leitura encenada de dois textos de Domingos Monteiro e um de Pina de Morais, escritores ligados a Mesão Frio e representados na exposição que se encontra aberta ao público até meados de janeiro na Biblioteca Municipal.