Para comemorar os 50 anos do 25 de Abril de 1974, a Câmara Municipal de Mesão Frio preparou este ano um programa com várias iniciativas culturais, durante cinco dias. Na sessão comemorativa da Revolução dos Cravos, os ideais e conquistas de Abril foram enfatizados na presença das forças políticas do Concelho, de representantes das entidades locais, instituições religiosas, civis, militares e população em geral.
No dia de feriado nacional, as comemorações oficiais tiveram início pelas 9h30, com o hastear da bandeira nacional, no edifício dos Paços do Concelho, seguindo-se uma romagem popular ao monumento de homenagem aos ex-combatentes na Guerra do Ultramar, evocando a memória dos militares ao depositar uma coroa de flores no local.
O ponto alto das cerimónias oficiais teve lugar no Auditório Municipal de Mesão Frio. A sessão oficial contou com as intervenções do presidente da Câmara Municipal, Paulo Silva, do presidente da Assembleia Municipal, Carlos Pombo Silva, do representante do Partido Socialista, Pedro Poças, do representante do PPD/PSD – CDS, Carlos Abreu Amorim, atual Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, e do representante do Movimento Mais Mesão Frio, Carlos Miranda.
Paulo Silva começou por evocar as palavras imortais de Sophia de Mello Breyner, “O dia inicial inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio”, palavras retratadas pelo autarca como “a mais bela, concreta e certeira definição do desfecho que tiveram as ações dos Capitães de Abril nessa madrugada do dia 25 que hoje festejamos”.
Apesar das mudanças significativas que o 25 de abril de 1974 nos trouxe, o autarca alerta para a importância de nos mantermos atentos. “Mantenhamo-nos vigilantes e atuantes. Estejamos despertos e interventivos! Porque há quem nas sombras mais escuras; nos trilhos mais lodosos; e no visco pantanoso das caixas de comentários das redes sociais, se mova para promover o retrocesso e para fazer sair do trilho da liberdade o país democrático e plural que Abril inventou!”, afirma.
No seu discurso aproveitou para apelar aos jovens uma continua colaboração com as entidades do Concelho, para serem “mais interventivos nas instituições democráticas do poder central e local; propor e concretizar ideias nas associações culturais, desportivas e recreativas da nossa Vila e das nossas Aldeias”.
“Ousemos, como tantos antes de nós, a participar de facto, sem tabus nem medos, mas com responsabilidade, criatividade e forte sentido crítico”, acrescentou ainda.
Paulo Silva aproveitou o momento do discurso para enaltecer a figura de Arlindo Ferreira, Capitão de Abril, natural do Concelho, agradecendo ainda a presença da família nestas comemorações.
Carlos Pombo Silva também sublinhou a importância de continuar a lutar por “uma sociedade justa, equitativa, livre e democrática”, acreditando que “a negação de direitos a outros indivíduos, direitos esses que para nós temos como afirmados e garantidos, será, deverá ser, sempre anormal, contrária à nossa identidade, enquanto pessoas de bem e esclarecidas”.
“A Revolução, por si só, não educou nem educa ninguém”, são as palavras do presidente da Assembleia Municipal, que apelou aos presentes para que continuem sempre a “procurar o conhecimento, adquirir competências, apreender boas regras de conduta e princípios para efetivar e perpetuar Abril de 1974”.
O papel do Município de Mesão Frio passa pela implementação, que tem vindo a ser feita, de “um conjunto de outras medidas destinadas a melhorar a qualidade e condições de vida dos nossos concidadãos, designadamente de apoio às nossas crianças e jovens, aos nossos estudantes, aos nossos idosos, aos mais vulneráveis, ao nosso comércio, às nossas instituições e associações, entre outras”, afirma Carlos Pombo Silva.
“Por cá, neste pequeno concelho do interior, mas de grande gente, um pouco esquecido pelo poder central, vai-se fazendo a revolução de Abril todos os dias, com os escassos recursos de que dispomos, com o firme propósito de se fazer mais e melhor por este território e pelas nossas gentes”, conclui.
A parte cultural do evento incluiu uma palestra ministrada pelo professor aposentado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, António Barros Cardoso, reconhecido pela sua vasta contribuição académica nacional e internacional, com mais de centena e meia de artigos científicos publicados em revistas especializadas sobre o Douro e em diversos países. António Barros Cardoso proporcionou à plateia exemplos práticos sobre a vivência durante o período ditatorial. O artista Tozé Freitas protagonizou momentos musicais marcantes e alusivos à Revolução dos Cravos.
Para homenagear a data, a memória e o legado de Arlindo Dias Ferreira, um dos Capitães de Abril, natural de Mesão Frio, foi exibido um vídeo produzido pelo Gabinete de Comunicação e Imagem do Município, contando com depoimentos de familiares diretos, que também estiveram presentes nestas celebrações.
A cerimónia, que contou com a guarda de honra da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mesão Frio, terminou no edifício da Junta de Freguesia de Mesão Frio (Santo André), com um Porto de Honra, celebrando a liberdade tão desejada.
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