A companhia Filandorra – Teatro do Nordeste esteve hoje no Auditório Municipal com duas peças de teatro dedicadas às obras de Gil Vicente.
O «Auto da Barca do Inferno» e a «Farsa de Inês Pereira» foram as obras que subiram a palco, tendo como público os alunos do 9.º ano e do Ensino Secundário, respetivamente, do Agrupamento de Escolas Professor António da Natividade.
Pela manhã, a alegoria dramática do «Auto da Barca do Inferno» retratou o julgamento que acontece num cais, onde o Anjo e o Diabo decidem quem entrará nas suas barcas, levando os seus passageiros numa viagem ao Céu ou ao Inferno. De tarde, foi a vez da peça «Farsa de Inês Pereira», uma história sobre uma jovem à procura de ser salva pelo casamento para se renegar à vida de costumes domésticos.
O público foi convidado a participar, com alunos a subirem ao palco para fazerem parte da encenação. Carolina Alves não escondeu o entusiasmo e o nervosismo ao longo da experiência. “Estar em cima do palco foi divertido, mas fiquei muito nervosa antes de entrar em cena”, contou. Rita Teixeira também fez parte da peça de teatro, “uma das melhores que já viu”. “É muito mais interessante vermos este teatro do que estarmos na sala a ler. Acho que assim dá para conhecer melhor a obra, de uma forma mais dinâmica e engraçada”, exclamou no fim da apresentação.
Os alunos assistiram entusiasmados às peças que, para Silvano Magalhães, ator da Companhia, “São oportunidades de conhecerem a obra de Gil Vicente de outra forma. Estas duas peças que hoje trouxemos aqui fazem parte do Ciclo Vicentino. O público fica surpreendido pela atualidade que o «Auto da Barca do Inferno» ainda tem, porque o texto já é muito antigo. Eu venho cá fazer esta peça há 13 anos e verifico que os alunos sabem participar e aderem muito bem, já começam a estar habituados a ver teatro e isso é muito bom!”