Duas dezenas de voluntários da Universidade do Porto e de outras academias internacionais e investigadores, que estão a participar no World Heritage Volunteers (WHV), um programa de educação para o Património Mundial da UNESCO, estiveram de visita a Mesão Frio, Porta do Douro, durante três dias. O projeto organizado e coordenado pela Universidade do Porto, juntamente com a Missão Douro da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte conta com vários parceiros públicos e privados.
Os voluntários nacionais e internacionais, que participam neste programa, com o objetivo de preservar e valorizar a paisagem cultural do Douro, cujo périplo teve início em Vila Nova de Gaia, foram recebidos no Salão Nobre da Câmara Municipal de Mesão Frio, pelo Vereador Fernando Correia, que lhes deu as boas-vindas e pela docente coordenadora, Helena Pina.
O grupo visitou os lugares mais emblemáticos do casco histórico da Vila, nomeadamente o Cruzeiro, o Pelourinho, a Rua do Balcão, a Torre de Santa Cristina, a Avenida Conselheiro Alpoim, o Claustro do Convento de São Francisco de Varatojo, as Arcas Tumulares, almoçaram na escola sede do Agrupamento de Escolas Prof. António da Natividade e estiveram ainda no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Mesão Frio, no Centro Interpretativo do Barco Rabelo e na Adega Cooperativa de Mesão Frio.
“São mais de 30 os parceiros públicos e privados deste programa. No caso de Mesão Frio, já tínhamos outras colaborações, nomeadamente com o Departamento de Geografia da Universidade do Porto, na organização de seminários e como um dos pontos fundamentais era a presença no território e sendo Mesão Frio a porta de entrada do Douro, seria na região o primeiro ponto que iríamos visitar. Enviámos o convite ao Município, ao qual agradecemos, e a resposta foi muito positiva”, refere Diogo Pinto, um dos coordenadores do WHV.
Gonçalo Santos, aluno da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e um dos jovens do WHV, mostrou-se muito satisfeito com a receção de Mesão Frio: “eu gosto muito de áreas rurais, de saber um pouco da realidade, da história e das dinâmicas. Já tinha estado em Mesão Frio de passagem e adorei conhecer melhor, acho lindíssimo, adoro a calma que existe, mas também gosto muito da arquitetura, a vista é fantástica. É uma Vila com muita história e fomos recebidos de forma muito calorosa.”
Helena Pina, docente coordenadora nascida na Região do Douro, refere que a sua “visão privilegiada sobre o território” permitiu associar-se a este trabalho e organizar melhor o programa e falou-nos um pouco sobre o papel do WHV: “Aquilo que nos interessa, essencialmente, é chamar a atenção para a diversidade do Douro, porque não é só Turismo, não é só vinha, é também o património. Nota-se que a maior parte dos turistas estrangeiros só se focam na paisagem, no turismo e no vinho e não é assim. Um dos objetivos deste projeto é mostrar a região nas suas potencialidades múltiplas, falar dos problemas que existem, a falta de população, por exemplo, e isto é interessante, porque depois gera debates e um dos objetivos principais é o desenvolvimento sustentável da região”, disse.
Este programa foi lançado em 2008, em colaboração com o Comité de Coordenação para o Serviço Voluntário Internacional. A candidatura da Universidade do Porto foi selecionada entre as mais de três mil propostas submetidas, sendo uma das 90 aprovadas a nível mundial e a única em Portugal.
Na visita a Mesão Frio e durante os dois dias, a Câmara Municipal cedeu apoio com refeições, alojamento no edifício da antiga Residência de Estudantes e acompanhamento da comitiva.