Decorreu ontem, no Auditório Municipal de Mesão Frio, o seminário «O Impacto dos Geoparques nos Territórios», inserido no projeto 3G – Geoturismo, Geoeducação, Geoconservação, que contou com a participação de especialistas em Geoparques de diferentes zonas do País e de Espanha. A iniciativa organizada pela Associação Douro Histórico, em parceria com a Câmara Municipal de Mesão Frio, promoveu um espaço para troca de ideias, partilha de experiências e trabalho colaborativo em rede.
O Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva, abriu a sessão e deu as boas-vindas, destacando o interesse do Município em envolver-se nas discussões sobre o futuro dos territórios: “Não hesitámos em aceitar este desafio lançado pela Associação Douro Histórico. É marca deste Executivo estar atento e disponível às discussões, às novidades, aos contributos que possam ajudar as classes políticas a olhar para os nossos territórios de uma maneira interessada e diversificada. Ouvimos excelentes ideias, umas já implementadas no terreno, outras que ainda procuram espaço para se materializar.”
Destacou-se a participação de Artur Sá, docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), primeiro português eleito para o Conselho Executivo da Rede Global de Geoparques, entidade responsável pela supervisão dos Geoparques Mundiais da UNESCO, que anunciou as primeiras bases científicas de um possível futuro Geoparque que possa incluir o território de Mesão Frio. O ‘Geoparque do Reino Maravilhoso’ poderá estender-se numa linha geográfica que vai de Baião a Chaves e basear-se nas caraterísticas únicas da diversidade termal que este conjunto de regiões apresenta.
Para além de especialistas e de representantes de diversas entidades, o seminário contou com a participação dos presidentes das Câmaras Municipais de Mesão Frio, Sabrosa e Santa Marta de Penaguião.
“É um orgulho receber tantos especialistas e as entidades transformadoras do território que representam”, disse o Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, enfatizando a importância geológica do Município.
Durante o seminário, que contou com cerca de 50 participantes inscritos vindos de várias zonas do continente e ilhas, foram trocadas experiências e discutidos o processo e os desafios da criação de Geoparques, com foco na sua importância e nos benefícios que podem proporcionar ao desenvolvimento socioeconómico das regiões em que estão inseridos.
O painel de oradores contou com as intervenções de João Pinho (ADRIMAG/Geoparque de Arouca), Antónia Morais (Geoparque Terras de Cavaleiros), Bruno Pereira (Geoparque Oeste), Elizabeth Silva (Geoparque Algarvensis) e Karmah Monte (Geoparque Las Loras, Espanha), sob moderação de António Luís Marques, diretor do Parque Natural Regional do Vale do Tua.
A importância da cooperação entre territórios com caraterísticas naturais, geológicas e culturais semelhantes foi enfatizada por Artur Sá, assim como o impacto dos Geoparques no desenvolvimento económico local. Sublinhou ainda a diversidade dos 213 Geoparques no mundo.
Como resultado deste importante encontro, Luís Machado, Presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião e da Associação Douro Histórico assumiu, no final da sessão, que em breve os Municípios da Região serão convidados a reunir-se para definir estratégias que possam resultar no futuro numa formalização de uma candidatura à constituição de um Geoparque, impulsionando a valorização dos territórios.