Na passada terça-feira, dia 15 de julho, milhares de pessoas manifestaram-se contra a reorganização do mapa judiciário proposto pelo Governo, junto à Assembleia da República. A Câmara Municipal de Mesão Frio cedeu transporte gratuito a todos os seus munícipes, tendo também participado nesta manifestação todos os advogados do concelho, o presidente da Câmara Municipal e todos os presidentes das Juntas de freguesia que, juntos contestaram os critérios para o encerramento do Tribunal Judicial de Mesão Frio. À manifestação não faltaram mesmo vários autarcas do PSD vindos de todos os pontos do país. A classe dos advogados fez-se representar de toga, com balões negros e em grande número, na manifestação de desagrado e indignação, queixando-se que o critério para o encerramento de tribunais está mal desenhado e que os dados são, em alguns casos, obscuros. Por sua vez, os mesãofrienses não aceitam de forma alguma a desqualificação do tribunal de Mesão Frio e, por esse motivo, voltaram a manifestar uma vez mais o seu desagrado. Alberto Pereira, presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, reiterou que o encerramento do Tribunal Judicial “não irá favorecer ninguém, já que os munícipes terão que fazer vários quilómetros para aceder à justiça.” O autarca considera ainda que, “a medida é prejudicial tanto para os cidadãos como para quem trabalha no setor e, ao entrar em vigor o novo mapa judiciário é o fim da justiça de proximidade”, afirmou, antecipando grandes dificuldades na deslocação dos munícipes devido à falta de transportes públicos. A reorganização do mapa judiciário deverá entrar em vigor a partir de 1 de Setembro, sendo encerrados 47 tribunais em todo o país, entre os quais 27 passarão a ser balcões de apoio. No caso de Mesão Frio, os processos vão transitar para outras comarcas, como a de Peso da Régua, Vila Real ou Chaves.