A Feira centenária que se perde na memória da sua origem, terminou ontem, a 8 de dezembro, dia de feriado nacional. Foi com enorme sucesso que, durante dois fins de semana, milhares de visitantes participaram nas iniciativas promovidas pela Autarquia de Mesão Frio. Uma mescla de aromas, cores, sabores, música e muita animação, voltaram a destacar esta feira, que decorreu sob as peculiares temperaturas gélidas desta época. Contudo, o frio não afastou os visitantes do ambiente efervescente. O programa, repleto de brilhantes momentos de vivacidade, presenteou o público, no primeiro dia, com uma noite de fados, proporcionada pelo grupo «D’Ouro Fado» e organizada pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mesão Frio. Depois das respetivas atuações assinaladas pelo estilo musical que é património da humanidade, seguiu-se o espetáculo do artista Paulo Paradela, com temas bem conhecidos do grande público. No dia seguinte, o passeio de todo o terreno «Rotas de Santo André» organizado pela associação Génese da Aventura e que vai já na sexta edição, assegurou um dia repleto de muita adrenalina, diversão e de convívio salutar entre os cerca de 80 entusiastas desta modalidade. No período da tarde, houve ainda, para os mais aventureiros, uma pista de obstáculos junto ao Campo das Acácias, que reuniu centenas de espectadores. O segundo dia do primeiro fim de semana de festa terminou com a abertura da exposição de fotografia, da autoria de António Maria Lemos Pinto, que decorreu a partir das 21h30, na Biblioteca Municipal de Mesão Frio. Do seu espólio fotográfico, esteve exposto um conjunto de retratos de elevada importância para a vila e as suas gentes, a maioria datadas da década de 70. Ninguém quis perder esta exibição, nomeadamente os mais velhos, que tiveram a oportunidade de se rever naquelas fotos, durante a sua infância, em momentos relevantes para o concelho. Durante a exposição, decorreu em simultâneo, um recital de música cumprido por três jovens, com temas emotivos que arrebataram o coletivo, ao som do piano, da guitarra acústica e da admirável voz de Isabel Cerqueira. No final da noite, o Grupo Rama de Oliveira atuou perante uma numerosa plateia que, ao mesmo tempo visitou a exposição. O espetáculo, com uma forte componente rural, foi preenchido por temas de autores célebres, numa cativante viagem ao nosso país de tradições. O público aderiu e aplaudiu em massa, como já vem sendo hábito em todas as iniciativas que se realizam na biblioteca municipal. No dia 30 de novembro, cumpriu-se, uma vez mais, a tradição e, a «Porta do Douro» voltou a receber, durante a manhã, a popularmente conhecida «feira dos burros», momento que é também motivo de gracejo entre a população. Em simultâneo, decorreu, no Multiusos Municipal, o IV Torneio de Sueca organizado pela Associação Cultural e Desportiva de Vila Marim (ACDVM), com prémios atribuídos aos quatro participantes mais bem classificados. Ainda durante o período da manhã, a animação de rua ficou a cargo do Grupo de Concertinas de São Tiago de Queimada. O primeiro fim de semana culminou com a corrida de cavalos a passo travado, um evento ao qual assistiu uma vasta moldura humana. Simultaneamente teve lugar, na avenida Conselheiro Alpoim, a atuação do Grupo Etnográfico do Orfeão do Porto. No último fim de semana da Feira Anual de Santo André, o Multiusos Municipal ficou lotado por uma imensidão de gente, para assistir à noite musical oferecida pelos alunos do Grupo de Música Professor António Correia que, com temas em voga, desde o pop ao hip hop, em português ou em inglês, fizeram o regalo do público, onde se encontravam também muitos encarregados de educação e professores. No sábado, dia 6 de dezembro, subiu ao palco do Multiusos Municipal o Grupo Inovação 3 que abrilhantou o baile de Santo André. A animação do penúltimo dia deste certame foi assinalada pelos cantares ao desafio de Maria Celeste e Pedro Malheiro, numa interação com o público, como não há igual e como já é conhecida de todos. Também no mesmo dia, a Associação de Concertinas de Lameirão e o Grupo de Bombos de Telões, proporcionaram a animação de rua. Ao longo de todo o programa, o Grupo de Bombos da ACDVM animou também o ambiente envolvente com as suas atuações. Ontem, derradeiro dia, a equipa de reportagem da TVI acompanhou também as festividades. Ao longo do dia, os visitantes foram transportados numa mágica viagem medieval, iniciada com a abertura do Mercado Medieval, pelas 10h30. No início da tarde, o cortejo medieval, com mais de duas centenas de figurantes, percorreu as principais ruas de Mesão Frio e reuniu no Claustro do Convento de São Francisco, onde foi pronunciada a leitura da carta da feira. No mesmo espaço houve também danças e músicas medievais interpretadas pelo Grupo de Gaiteiros Medievais Os Andarilhos. A Companhia de Teatro Filandorra – Teatro do Nordeste, recriou a lenda de Mesão Frio, com a peça intitulada «A Chegada da Corte da Rainha Dona Mafalda». Cuspidores de fogo, bailarinas de danças do ventre e figurinos alegóricos da época, deram, com rigor, a todos os visitantes, uma narrativa da época medieval. Esta viagem foi contagiante a todos e distinguida este ano, com a recriação dos banquetes medievais. Dezenas de artesãos foram os responsáveis pela recriação do comércio, das artes e dos ofícios medievais. Nas bancas instaladas dentro do Claustro, abundaram a bijutaria, o artesanato em madeira, artigos decorativos, louças, adereços, brinquedos, ervas aromáticas, frutos secos, doces, sangria e licores. Com início no ano de 2011, este evento foi resultado da vontade do atual executivo que, decidiu dar um contributo cultural ao concelho, com a recriação de momentos históricos datados da época medieval. Com a concretização deste evento, a Câmara Municipal de Mesão Frio procurou uma vez mais, entre outros objetivos, inverter a crise que se faz sentir no comércio, dinamizando a atividade económica do comércio tradicional e aumentar a atratividade deste certame com uma programação ampla e bastante apelativa.