Os deputados da Assembleia da República, da Delegação Parlamentar do Partido Socialista (PS), João Galamba, Maria da Luz Rosinha, Hugo Pires, Norberto Patinho, Eurico Brilhante Dias e Tiago Barbosa Ribeiro estiveram, durante a manhã do passado dia 20 de fevereiro, em Mesão Frio. O programa de visita à sede de concelho incluíu uma reunião com o executivo da autarquia, no edifício da Câmara Municipal e ainda, duas visitas: uma ao quartel da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários e outra, às instalações da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio. O presidente da Câmara Municipal, Alberto Pereira, fez chegar aos seis deputados, todas as preocupações sociais do concelho, particularmente, no que diz respeito à economia, ao desemprego, às acessibilidades, à mobilidade e à justiça. De visita à região do Douro, no âmbito das Jornadas Parlamentares do PS, sob o mote «Valorizar o território, relançar a economia», e que decorreram nos dias 19 e 20 de fevereiro, no distrito de Vila Real, os seis deputados inteiraram-se das dificuldades que os mesão-frienses têm vindo a sentir, no seu dia a dia, e que se intensificaram desde que o anterior Governo decidiu retirar-lhes o acesso à justiça. “Mesão Frio tem sido mais visitado nestes três meses em que o Governo socialista tomou posse, do que ao longo dos últimos quatro anos, em que nos fecharam portas”, referiu em reunião o presidente da Câmara Municipal, aquando da receção dos deputados. Para dar conhecimento da situação económica em que o concelho se encontra, Alberto Pereira sublinhou na reunião que, quando tomou posse “a Câmara de Mesão Frio estava com 12,4 milhões de dívida assumida e conseguimos fechar o ano 2015 com 6,8 milhões. Este município recebe 3 milhões de Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) por ano, em que 2 milhões são para ao pagamento de salários e 1 milhão destina-se à amortização da dívida. Já falei com o senhor Secretário da Administração Interna e propus-lhe que tivesse uma atenção para connosco, no sentido de nos deixar ir à Banca fazer um empréstimo para pagar todos os outros. Este ano, pela primeira vez, em quinze anos, estaremos abaixo do limite de endividamento”. As acessibilidades a Mesão Frio foi também um dos assuntos que esteve em cima da mesa. Desde que tomou posse que, Alberto Pereira tem vindo a reivindicar a construção do Itinerário Complementar 26 (IC26) para tirar o concelho do isolamento e facilitar o investimento neste território ou, a retificação da estrada que liga Mesão Frio a Amarante: “em 2011 tivemos um projeto já concluído, do ex-primeiro-ministro José Sócrates, e que, passava pela retificação desta estrada. O projeto encaixava perfeitamente naquilo que nós pretendemos que é, retificar algumas curvas da ligação entre Mesão Frio e Amarante e ainda, a construção de uma ponte no final da variante que, eliminaria duas curvas fechadas e a ponte antiga. Sendo esta estrada o eixo principal de passagem de todo o vinho do Porto, se durante a semana, encontrarmos alguns camiões no trânsito, em direção a Amarante, demoramos cerca de 1h15 para fazer 25 quilómetros. Nesta estrada passa todo o tráfego com destino à cidade do Porto. Estarmos sem vias de acesso é uma situação dramática para a região, sobretudo, para este concelho”, destacou o autarca, mencionando ainda que, são mais de dez os concelhos da região que beneficiariam com este acesso. Alberto Pereira recordou ainda, a maior perda para o concelho - o encerramento do tribunal judicial de Mesão Frio: “este tribunal teve obras e fechou. As suas despesas de manutenção custavam ao Estado, 11 mil euros ano. Os munícipes, neste momento, têm de ir aos tribunais de Peso da Régua, Vila Real ou Chaves. Não há nenhum transporte público desde Mesão Frio, que chegue a horas, a um julgamento, a nenhuma destas três localidades. Este concelho vive essencialmente da agricultura e temos muita população idosa, sem meios e sem dinheiro. Também, não existe nenhum transporte público das freguesias para a sede de concelho e é bom que em Lisboa fiquem a saber disto.” No final da reunião, a deputada Maria da Luz Rosinha disse que, “a questão da reestruturação é a que lhe parece ser “mais simples”, inserida até, “no facto de ser um município do interior do país, pois há, da parte deste Governo, uma vontade muito bem expressa, de que têm de ser implementadas medidas que travem alguns dos problemas que o interior sofre.” A deputada, afirmou ainda que, o tribunal judicial de Mesão Frio e a retificação da ligação Mesão Frio-Amarante, são temas a ter em consideração e que vão ser analisados juntamente com o primeiro-ministro, António Costa. Neste novo ciclo em que o governo português se encontra e considerando que o diálogo com o presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio tem sido aberto e simplificado, o autarca espera assim, conquistar alguns proveitos para o seu concelho ou reaver o que é, por direito, de toda a população.