Em cerimónia solene realizada no dia 30 de setembro, a Câmara Municipal de Mesão Frio homenageou duas ilustres e incontornáveis figuras da história do concelho, numa data que pretendeu assinalar o centenário das suas mortes (1916): José Maria de Alpoim, natural de Mesão Frio e um dos jornalistas mais prestigiados da sua época e o pintor António Ramalho, natural da freguesia de Barqueiros. As cerimónias de tributo a estes dois vultos da história do concelho mesão-friense iniciaram pelas 14h30, em frente ao edifício dos paços do concelho, junto à estátua erigida a José Maria Alpoim, no ano de 1923 e onde foi colocada uma lápide em sua homenagem, descerrada pelo presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Alberto Pereira e pelo presidente da Assembleia Municipal, Carlos Miranda. A solenidade prosseguiu na freguesia de Barqueiros, na Casa do Cipreste, local onde nasceu o pintor António Ramalho e onde foi também descerrada uma lápide, homenageando assim, este grande pintor que se destacou como decorador. São exemplo disso mesmo, as decorações da escadaria do Palácio da Bolsa, no Porto, do Hotel Barahona, em Évora e do Palace Hotel, no Buçaco. As comemorações do centenário da morte destes dois ilustres conterrâneos terminaram no auditório municipal de Mesão Frio, onde foi apresentada a obra fotobiográfica de António Ramalho, escrita por Bernardino de Oliveira. O Secretário de Estado das comunidades locais, José Luís Carneiro, presidiu a cerimónia, juntando-se a ele, na mesa de honra, o presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Alberto Pereira, o escritor mesão-friense, Bernardino de Oliveira e Adelino Osório, que apresentou a biografia do autor da obra. Formado em direito, José Maria de Alpoim foi administrador de Mesão Frio, tendo sido o mais jovem a desempenhar estas funções no concelho. Foi Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima, Ministro e Secretário dos Negócios da Justiça, Procurador Geral da Coroa a adjunto do Procurador Geral da República, orador fluente e espontâneo, foi um dos fundadores do «Correio Português», dirigiu «O Dia» e colaborou assiduamente noutros periódicos. Viria a falecer em Lisboa, a 15 de Dezembro de 1916. António Ramalho expôs com o Grupo do Leão, na Sociedade Promotora das Belas Artes, no Grémio Artístico e na Sociedade Nacional de Belas Artes. Apresentou trabalhos na Exposicion General de Bellas Artes de Madrid e no Salon de Paris. Foi nomeado Académico de Mérito da Academia de Lisboa. Viria a falecer em 1916, no Palácio Sotto Mayor, onde se encontrava a executar pinturas decorativas.