A Direcção Regional de Cultura do Norte e a Câmara Municipal de Mesão promovem uma sessão pública de apresentação da Exposição Biobibliográfica e do Documentário dedicado ao escritor Domingos Monteiro, integrados no projecto «O Douro nos Caminhos da Literatura», que decorrerá no próximo dia 19 de Fevereiro, pelas 21h30, no Auditório Municipal de Mesão Frio. A exposição estará patente de 19 de Fevereiro a 19 de Março, na Junta de Freguesia de Santa Cristina.
Esta Exposição Biobliográfica insere-se no programa da Direcção Regional de Cultura do Norte “O Douro… Nos Caminhos da Literatura” que vem lançando documentários sobre a vida e obra de escritores durienses. Esta iniciativa da DRCN procura apresentar-se como uma proposta turística de cariz literário. A ideia é, segundo a DRCN, colocar “o espectador perante dois desafios: viajar pela região tendo por base a obra de alguns dos seus escritores mais representativos; e, simultaneamente, viajar pelo interior dos caminhos da literatura, descobrindo as imagens que serviram de inspiração às suas obras.”
[DOMINGOS MONTEIRO – Um Humanista Integral] O escritor Domingos Monteiro Pereira Júnior, nasce a 5 de Novembro de 1903, em Barqueiros, Mesão Frio, filho de um comerciante de vinhos, Domingos Monteiro Pereira e sua mulher, Elvira da Assunção Coelho. O escritor foi baptizado na Igreja Matriz de Barqueiros. Em 1904 parte para o Brasil com a família, regressando em 1909 a Portugal. Nesta data começa a ter lições com o professor Manuel Monteiro Barros, que o propõe para o exame de 2ª grau, apenas com 9 anos. A sua família instala-se em Mesão Frio na casa das Quintãs. Em 1913 frequenta como aluno externo, o liceu central Camilo Castelo Branco, em Vila Real e conclui com distinção o curso secundário. No ano de 1919 decide-se pelo curso de Direito, matriculando-se na Universidade de Lisboa. Mais tarde, em 1927, juntamente com Marcelo Caetano foi um dos mais distintos alunos do curso, abrindo-se-lhe assim, a perspectiva de uma carreira universitária. Em 1932, adere ao movimento de “Renovação Democrática”, que se propunha uma politica de cariz liberal. Assim sendo, Domingos Monteiro deu o seu contributo para este movimento, publicando nos “Cadernos de Cultura Democratista”, o ensaio «A Crise de Idealismo na Arte na Vida Social». Já no ano de 1938, casa com Maria Palmira de Aguilar Queimado, de quem teve uma filha, que viria a ser professora na Universidade de Medicina de Lisboa. No decorrer do ano de 1948, Domingos Monteiro, publica uma parte da sua obra, na Fundação da Sociedade de Expansão Cultural.
Dez anos mais tarde, Ingressa no Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Posteriormente em 1965, é atribuído ao livro do escritor, intitulado de «O Primeiro Crime de Simão Bolandas», o Prémio Nacional de Novelística. Em 1971, casa pela segunda vez com Ana Maria de Castro Melo e Trovisqueira. Um ano depois é-lhe atribuído pela segunda vez o Prémio Nacional de Novelistica, concedido a Letícia e Lobo Júpiter. No ano de 1974 é nomeado director do Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian.
Com a fundação do semanário, Pátria, em 1976, Domingos Monteiro participa, defendendo os valores da liberdade e da identidade nacional, depois das tentativas da instauração de um regime totalitário. A 17 de Agosto de 1980, o escritor é sepultado, em jazigo de família, no cemitério de Alto de São João. Em 2000 a Imprensa Nacional/Casa da Moeda, inicia a publicação das obras de Domingos Monteiro. A um volume de Poesia, seguiram-se cinco volumes de Contos e Novelas e um volume de Ensaios. Já no ano de 2003, no centenário do seu nascimento, Mesão Frio promove uma homenagem à sua memória, constando de uma exposição Bibliográfica e descerramento de uma placa toponímica que contém o nome do escritor.