




























A Biblioteca Municipal acolheu mais uma edição das ‘Tertúlias na Biblioteca’, desta vez com a presença de Artur Sá, professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e uma referência no estudo e promoção dos Geoparques da UNESCO.
Durante o encontro, Artur Sá destacou o potencial de Mesão Frio para integrar um futuro Geoparque na região do Douro: “Quando olhamos para Mesão Frio, percebemos que a sua localização é privilegiada. Está junto ao rio, rodeado por uma paisagem moldada pelo homem, o que torna esta região especial”, afirmou. O projeto, que poderá abranger uma vasta área de riqueza geológica e termal, inclui o concelho de Mesão Frio e outros municípios próximos.
O professor sublinhou ainda a importância da paisagem local, da Serra do Marão, descrita como “um berço de rochas e lendas”, à biodiversidade existente e ao património edificado, como as casas senhoriais espalhadas pelo Concelho: “Mesão Frio é a chave para compreendermos todo o património cultural da região, tanto o tangível quanto o intangível”, acrescentou.
Para alcançar a chancela da UNESCO e concretizar o ‘Geoparque do Reino Maravilhoso’, Artur Sá destacou a necessidade de colaboração entre as autrquias da região. “O fundamental é que cada um contribua com o melhor que tem para o coletivo. Só assim conseguiremos!”, afirmou, reforçando que o território tem todas as condições para ser reconhecido como Geoparque Mundial da UNESCO.
O presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva, manifestou o seu compromisso com o projeto e a vontade de trabalhar em conjunto com os restantes autarcas para tornar a designação uma realidade: “Nós olhamos para as uvas, mas há aqui muito mais riqueza. Temos um território que vale ouro”, destacou.
O público mostrou-se envolvido na discussão e colocou questões sobre o processo para alcançar a certificação da UNESCO. João Teixeira, residente no Concelho, considerou o debate essencial para despertar uma nova perspetiva sobre o potencial da região. “É importante refletirmos sobre estas questões porque nos dão uma visão mais alargada e futurista do nosso território, que por vezes fica esquecido”, afirmou.
Na sua opinião, a criação do Geoparque poderá, a médio prazo, levar o nome de Mesão Frio além-fronteiras e demonstrar que a região duriense tem muito mais a oferecer para além do vinho e do azeite. “Isto prova que o Douro pode ser mais do que vinho. Há muitas outras potencialidades por explorar”, concluiu.
Artur Sá tem desempenhado um papel central na definição das bases científicas para a criação do Geoparque do Reino Maravilhoso. Primeiro português a integrar o Conselho Executivo da Rede Global de Geoparques – entidade responsável pela supervisão dos Geoparques Mundiais da UNESCO, o professor tem um conhecimento profundo sobre o impacto dos Geoparques no desenvolvimento económico e social dos territórios. Em dezembro passado, já havia visitado Mesão Frio num Seminário que reuniu especialistas de Portugal e Espanha para debater os benefícios desta iniciativa.